quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Da utilidade dos animais – Carlos Drummond de Andrade

Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas coloridas mostram animais de todos os feitios. É preciso querer bem a eles, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna, protegendo-a. Eles têm direito à vida, como nós, e além disso são muito úteis. Quem não sabe que o cachorro é o maior amigo da gente? Cachorro faz muita falta. Mas não é só ele não. A galinha, o peixe, a vaca… Todos ajudam.

- Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?

- Aquele? É o iaque, um boi da Ásia Central. Aquele serve de montaria e de burro de carga. Do pêlo se fazem perucas bacanas. E a carne, dizem que é gostosa.

- Mas se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele?

- Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos adiante. Este é o texugo. Se vocês quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo. Parece que é ótimo.

- Ele faz pincel, professora?

- Quem, o texugo? Não, só fornece o pêlo. Para pincel de barba também, que o Arturzinho vai usar quando crescer.
Arturzinho objetou que pretende usar barbeador elétrico. Além do mais, não gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a professora já explicava a utilidade do canguru:

- Bolsas, mala, maletas, tudo isso o couro do canguru dá pra gente. Não falando da carne. Canguru é utilíssimo.
- Vivo, fessora?

- A vicunha, que vocês estão vendo aí, produz… produz é maneira de dizer, ela fornece, ou por outra, com o pêlo dela nós preparamos ponchos, mantas, cobertores, etc.

- Depois a gente come a vicunha, né fessora?

- Daniel, não é preciso comer todos os animais. Basta retirar a lã da vicunha, que torna a crescer…

- A gente torna a corta? Ela não tem sossego, tadinha.

- Vejam agora como a zebra é camarada. Trabalha no circo, e seu couro listrado serve para forro de cadeira, de almofada e para tapete. Também se aproveita a carne, sabem?

- A carne também é listrada?- pergunta que desencadeia riso geral.

- Não riam da Betty, ela é uma garota que quer saber direito as coisas. Querida, eu nunca vi carne de zebra no açougue, mas posso garantir que não é listrada. Se fosse, não deixaria de ser comestível por causa disto. Ah, o pingüim? Este vocês já conhecem da praia do Leblon, onde costuma aparecer, trazido pela correnteza. Pensam que só serve para brincar? Estão enganados. Vocês devem respeitar o bichinho. O excremento – não sabem o que é? O cocô do pingüim é um adubo maravilhoso: guano, rico em nitrato. O óleo feito da gordura do pingüim…

- A senhora disse que a gente deve respeitar.

- Claro. Mas o óleo é bom.

- Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa.

- Pois lucra. O pêlo dá escovas é de ótima qualidade.

- E o castor?

- Pois quando voltar a moda do chapéu para os homens, o castor vai prestar muito serviço. Aliás, já presta, com a pele usada para agasalhos. É o que se pode chamar de um bom exemplo.

- Eu, hem?

- Dos chifres do rinoceronte, Belá, você pode encomendar um vaso raro para o living da sua casa.
Do couro da girafa Luís Gabriel pode tirar um escudo de verdade, deixando os pêlos da cauda para Tereza fazer um bracelete genial. A tartaruga-marinha, meu Deus, é de uma utilidade que vocês não cauculam. Comem-se os ovos e toma-se a sopa: uma de-lí-cia. O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras, tanta coisa. O biguá é engraçado.

- Engraçado, como?

- Apanha peixe pra gente.

- Apanha e entrega, professora?

- Não é bem assim. Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá pega o peixe mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela do biguá.

- Bobo que ele é.

- Não. É útil. Ai de nós se não fossem os animais que nos ajudam de todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e não maltratá-los de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?

- Entendi, a gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar bem o pêlo, o couro e os ossos.

(Texto extraído de Drummond, Carlos de. De notícias e não notícias faz-se a crônica. Rio de Janeiro, José Olympio, 1975)

sábado, 24 de dezembro de 2011

Comentários e download dada - discarga violenta


Desce daí rapaz
Eu, Raimundo, faço rimas, não trago soluções
Amando, amando, amando, enlouquecendo-se
Amo meu ódio e ajo já
Você sabe, anarquia é bagunça pra quem detém o poder
E não, não esqueça de todas as catástrofes nucleares
Não esqueça dos corpos desfigurados
Linda é essa monstruosa alegria que vai e vem
A incontrolável alegria
Embeleza minha existência
Tenho vergonha de todas essas calamidades
Que vergonha de toda a sociedade
Caralho, isso dói
Somos doidos por não ficarmos calados?
Eu? Assim?
No mar adentro eu nasço de novo
Com a minha garra, indo arriscar
É, gozar a vida sem pudores
Estou por aí assim
Alegria, palco, festa
Sou um palhaço e ninguém vai me deter
Eu sou assim e nem ligo
Eu sou assim e nem ligo
Eu sou assim e não!
Eu não ligo!


Discarga violenta - dada
http://www.4shared.com/rar/oYNhKbPx/Discarga_Violenta_-_Dada.htm

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

LIsa Vegetariana (The Simpsons)



Sinopse:
Lisa percebe que é errado comer animais depois de uma longa sessão com um filhote de ovelha em um zoológico local. 
Jurar nunca mais comer carne acaba sendo uma decisão controversa para Lisa, já que todos à sua volta parecem encorajar o consumo de carne. 
Na escola, Lisa é obrigada a assistir um filme politicamente inclinado ao consumo de carne e no almoço come apenas o pão do cachorro-quente. Em casa, ela precisa tolerar os planos de Homer para uma festa com churrasco. Depois de brigar com a família por causa de sua crença, Lisa foge para o Kwik-E-Mart, onde ela descobre um espírito semelhante em Apu, que além de ser vegetariano convicto, não come ovos nem queijo. 
Lisa também conhece dois outros vegetarianos, Paul e Linda McCartney, que explicam que além de ser importante manter suas convicções sobre o vegetarianismo, ela também deve tolerar a opção dos outros. Sabendo que Paul e Linda tem razão, Lisa faz as pazes com Homer e eles aceitam os pontos de vista um do outro.  
Curiosidade: A condição para a participação dos McCartneys foi que Lisa continuasse sendo vegetariana nos episódios futuros.

Nome Original: "Lisa the Vegetarian"
Primeira Transmissão: 15/10/1995 
Temporada: 7 
Episódio nº 133 
Diretor: Mark Kirkland
Escritor: David S. Cohen
Convidados Especiais: Paul e Linda McCartney por eles mesmos

Behind the Mask



Sinopse:
O filme é sobre ativistas dos direitos dos animais que invadem laboratórios e outras instalações que torturam animais para resgatar inocentes de uma prática antiga e cruel: a vivissecção. As ações são filmadas e fornecem imagens sobre o modo como os animais são tratados.Behind The Mask inclui nomes conhecidos dentro do movimento dos direitos dos animais, alguns dos quais foram presosdurante as ações diretas. A história de Jill Phipps, que morreu quando caiu sob um caminhão enquanto protestava é contada, com sua mãe dizendo: "Eles nos chamam de terroristas, mas a realidade é que ao longo dos anos, quatro ativistas de direitos dos animais foram mortos durante os protestos. "

Cuidado!


Cuidado! O conteúdo aqui exposto é totalmente inapropriado para aqueles de mente fraca. 
Probabilidade muito alta de chocar. Risco muito forte de se sentir atingido. 
Para aqueles de idade mental maior que 10 anos é melhor passar longe, 
as mensagens aqui expostas são muito sérias para adultos compreenderem. 
Extremamente indicado para homofóbicos, misóginos, racistas (hahaha), 
skinheads e pilantras em geral, e especialmente feito para aqueles 
que não aceitam outra opinião ou estão satisfeitos com a sociedade. 
Saibam que vossa senhoria é um belo de um filho da puta, 
e moral e bons costumes é o slogan do meu papel higiênico.

A você que transgride sem razão alguma, a você que dá a bunda por que gosta
e não se incomoda com os outros, a você que uiva pra lua sem motivo, 
a você que é o estranho em qualquer lugar que vá, a você que se interessar.

Isso aqui não é um blog
quem o lê
toca num coração
e eu não vou dizer mais nada
vou partir pra prática
e konspirar - ação!